domingo, 2 de outubro de 2011

Fichamento Cap 2 De A Era Das Revoluções de Eric J. Hobsbawm




Introdução

A revolução industrial refletiu um impacto relativamente tardio sobre a Europa.O fato já existia na Inglaterra antes do próprio termo,o poder produtivo da humanidade se expandiu de uma forma nunca vista antes,os britânicos foram os pioneiros desta Revolução,assim outros países copiaram o modelo Inglês o que fez com que se implantasse o capitalismo no mundo.


Capítulo 2 – A Revolução Industrial

Páginas: 58 á 95

58 –“ Comecemos com a revolução industrial,isto é, com a Inglaterra. Este,à primeira vista,é um ponto de partida caprichoso, pois as repercussões desta revolução não se fizeram sentir de uma maneira óbvia e inconfundível – pelo menos fora da Inglaterra – até bem o fim do nosso período; certamente não antes de 1830, provavelmente não antes de 1840 ou por essa época. Foi somente na década de 1830 que a literatura e as artes coemçaram a ser abertamente obsedadas pela ascensão da sociedade capitalista,por um mundo no qual todos os laços sociais se desintegravam exceto os laços entre o ouro e o papel – moeda ( no dizer de Carlyle).”
(…) Só a partir da década de 1840 é que o proletariado,rebento da revolução industrial,e o comunismo,que se achava agora ligado aos seus movimentos sociais – o espectro do Manifesto Comunista – , abriram caminho pelo continente.O próprio nome da revolução industrial reflete seu impacto relativamente tardio sobre a Europa.”

59 e 60 –“ O que significa a frase “a revolução industrial explodiu”? Significa que a certa altura da década de 1780,e pela primeira vez na história da humanidade,foram retirados os grilhões do poder produtivo das sociedades humanas,que daí em diante se tornaram capazes da multiplicação rápida,constante,e até o presente ilimitada,de homens,mercadorias e serviços.Este fato é hoje tecnicamente conhecido pelo economista como a “partida para o crescimento autossustentável”.”
(…) A partir da metade do século XVIII, o processo de acumulação de velocidade para partida é tão nítido que historiadores mais velhos tenderam a datar a revolução industrial de 1760.Mas uma investigação cuidadosa levou a maioria dos estudiosos a localizar como decisiva a década de 1780 e não a de 1760,pois foi então que,até onde se pode distiguir,todos os índices estatísticos relevantes deram uma guinada repentina,brusca e quase vertical para a “partida”.A economia,por assim dizer,voava.”
(…) Chamar este processo de revolução industrial é lógico e está em conformidade com uma tradição bem estabelecida,embora tenha sido moda entre historiadores conservadores – talvez devido a uma certa timidez em face de conceitos incendiários – negar sua existência e substituí- la por termos banais como “evolução acelerada”. (...)De fato,a revolução industrial não foi um episódio com um princípio e um fim.”
(…) Sob qualquer aspecto,este foi provavelmente o mais importante acontecimento na história do mundo,pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades.E foi iniciado pela Grã – Bretanha.”

61 – “Qualquer que tenha sido a razão do avanço britânico,ele não se deveu à superioridade tecnológica e científica.”
(...) Os franceses produziram inventos mais originais,como o tear Jacquard (1804) – um aparelho mais complexo do que qualquer outro projetado na Grã – Bretanha – e melhores navios.Os alemães possuíam instituições de treinamento técnico,como a Bergakadenzie prussiana,que não tinha paralelo na Grã – Bretanha,e a Revolução Francesa criou um corpo único e impressionante,a École Polytechnique.”

62 – “ Felizmente poucos refinamentos intelectuais foram necessários para se fazer a revolução industrial.”

63 – “(…) A solução britânica do problema agrário,singularmente revolucionária,já tinha sido encontrada na prática.Uma relativa quantidade de proprietários com espírito comercial já quase monopolizava a terra,que era cultivada por arrendatários empregando camponeses sem terra ou pequenos agricultures.Um bocado de resquícios,verdadeiras relíquias da antiga economia coletiva do interior,ainda estava para ser removida pelos Decretos das Cercas (Enclosure Acts) e as transações particulares,mas quase praticamente não se podia falar de um “campesinato britânico”
da mesma maneira que um campesinato russo,alemão ou francês. (...) A agricultura já estava preparada para levar o termo suas três funções fundamentais em uma era de industrialização:aumentar a produção e a produtividade de modo a alimentar uma população não agrícola em rápido crescimento:fornecer um grande e crescente excedente de recrutas em potencial para as cidades e as industrias;e fornecer um mecanismo para o acúmulo de capital a ser usado nos setores mais modernos da economia.”

64 – “(…) No geral,todavia,o dinheiro não só falava como governava.Tudo que os industriais precisavam para serem aceitos entre os governantes da sociedade era de bastante dinheiro.”
(…) Pois a maior parte do século XVIII foi para grande parte da Europa um período de prosperidade e de cômoda expansão econômica; (…) “
(…) A maior parte da expansão industrial do século XVIII não levou de fato e imediatamente,ou dentro de um futuro previsível,a uma revolução industrial (…) “

65 – “Além disso,as revoluções industriais pioneiras ocorreram em uma situação histórica especial,em que o criscimento econômico surge de um acúmulo de decisões de incontáveis empresários e investidore particulares,cada um deles governado pelo primeiro mandato da época,comprar no mercado mais barato e vender no mais caro.”

66 – “(…) Uma vez iniciada a industrialização na Grã – Bretanha,outros países podiam começar a gozar do benefícios da rápida expansão econômica que a revolução industrial pioneira estimulava.”
(…) Entre 1789 e 1848,a Europa e a América foram inundadas por especialistas,máquinas a vapor,maquinaria para (processamento e transformação do) algodão e investimentos britânicos.”
(...) Além do mais,a Grã – Bretanha possuía uma indústria admiravelmente ajustada à revolução industrial pioneira sob condições capitalistas e uma conjuntura econômica que permitia que se lançasse à indústria algodoeira e à expansão colonial.”

67 –“(...) De fato, durante todo o período de que trata este livro, a escravidão e o algodão marcharam juntos.”

68 – “A industria algodoeira foi assim lançada,como um planador,pelo empuxo do comércio colonial ao qual estava ligada;um comércio que prometia uma expansão não apenas grande,mas rápida e sobretudo imprevisível,que encorajou o empresário a adotar as técnicas revolucionárias necessárias para lhe fazer face.Entre 1750 e 1769,a exportação britânica de tecidos de algodão aumentou mais de dez vezes.”

69 – “(...) A indústria britânica tinha estabelecido um monopólio por meio de guerras,revoluções locais e de seu próprio dominio imperial.”

72 –“ A perspectiva tradicional que viu a história da revolução industrial britânica primordialmente em termos de algodão é portanto correta.”
(...)A produção fabril em outros ramos têsteis teve desenvolvimento lento antes da década de 1840,e em outras manufaturas seu desenvolvimento desprezível.”
(...) Em 1830,a “indústria” e a “fábrica” no sentido moderno ainda significavam quase que exclusivamente as áreas algodoeiras do Reino Unido.”

74 – “(...) Esse primeiro tropeço geral da economia capitalista industrial reflete-se em uma acentuada desaceleração no crescimento,talvez até mesmo um declínio,da renda nacional britânica nesse período. Essa primeira crise geral do capitalismo não foi puramente um fenômeno britânico.”
Suas mais sérias consequências foram sociais;(...)”

75 –“(...) O descontentamento não estava ligado apenas aos trabalhadores pobres.Os pequenos comerciantes,sem saída, a pequena burguesia,setores especiais da economia eram também vítimas da revolução industrial e de suas ramificações.(...) Os trabalhadores de espiritos simples reagiram ao novo sistema destruindo as máquinas que julgavam ser responsáveis pelos problemas;(...)”

76 – “(...) As três falhas mais óbvias eram o ciclo comercial de boom e a depressão,a tendência de diminuição da taxa de lucro e a escassez de oportunidades de investimento lucrativo.”

77 e 78 – “(...) Depois das guerras napoleônicas,o drama periódico do boom e da depressão dominou claramente a vida econômica da nação em tempos de paz.”
(...)A mecanização aumentou muito a produtividade da mão de obra,que de qualquer forma recebia salários abomináveis já que era formada em grande parte por mulheres e crianças.”
(...) E a contrução de fábricas era relativamente barata;(...)”

79 – “(...) Somente se o custo de vida caísse podiam também os salários cair além daquele limite.Os fabricantes de algodão partilhavam o ponto de vista de que o custo de vida era mantido artificialmente alto pelo monopólio da propriedade fundiária,piorado ainda pelas pesadas tarifas protetoras que um Parlamento de proprietários de terra tinha assegurado ás atividades agrícolas britânicas depois das guerras – as Leis do Trigo (Corn-Laws).”

80 – “ A indústria estava assim sob uma enorme pressão para que se mecanizasse ,radicalizasse e aumentasse a produção e as vendas,compensando com uma massa de pequenos lucros por unidade a queda nas margens.”
Havia uma pressão semelhante sobre o índice de rentabilidade do capital,que a teoria comtemporânea tendeu a indentificar com o lucro.Mas esta consideração leva-nos à fase seguinte do desenvolvimento industrial – a construção de uma indústria básica de bens de capital.”
É evidente que nenhuma economia industrial pode se desenvolver além de um certo ponto se não possui uma adequada capacidade de bens de capital.”

83 – “Nenhuma outra inovação da revolução industrial incendiou tanto a imaginação quanto a ferrovia(...)”

88 – “O primeiro e talvez mais crucial fator que tinha de ser mobilizado e transferido era o da mão de obra (…) “
O rápido crescimento das cidades e dos agrupamentos não agrícolas na Grã – Bretanha tinha há muito tempo estimulado naturalmente a agricultura(...)
(…) O vasto aumento na produção,que capacitou as atividades agrícolas britânicas na década de 1830 a fornecer 98% dos cereais consumidos por uma população duas a três vezes maior que a de meados do século XVIII (…) “
Tudo isto,por sua vez,foi obtido pela transformação social e não tecnológica:(...)”

95 –“ E tanto a Grã – Bretanha quanto o mundo sabiam que a revolução industrial lançada nestas ilhas não só pelos comerciantes e empresários como através deles,cuja a única lei era comprar no mercado mais barato e vender sem restrição no mais caro,estava transformando o mundo.”




Conclusão

Introdução de maquinas,Os lucros fáceis, auferidos com o comércio exterior, o tráfico de escravos a expansão das comunicações terrestres e marítimas,liberalismo econômico, a acumulação de capital,invenções como o motor a vapor, tudo isto fez parte de um dos maiores acontecimentos da história a Revolução Industrial.



BIBLIOGRAFIA


HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções: 1789-1848. 25. Ed. SP: Paz e Terra, 2010.

Um comentário: